quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Escolhe pois a vida (parte I): a boa e a má filosofia

C. S. Lewis grande escritor britânico, criador de obras como As crônicas de Nárnia, certa vez disse: “A boa filosofia tem de existir, se não houvesse outra razão, porque a má filosofia precisa ser contestada”. Todavia, podemos já no início desse texto, questionar o que isso tem a ver com a maquiavélica estratégia abortista em andamento na escala planetária e com ampla aceitação por partes da sociedade brasileira? Vejamos.
            Desde tempos muito antigos a filosofia foi enxergada como o caminho para se viver bem a vida[1], ora a constatação dos filósofos sobre esse tema parece simples, o que eles entenderam é que para viver bem a vida é necessário pensar sobre a vida, refletir sobre o sentido da vida, quando ela começa? Quando ela termina? Qual o sentido dos sofrimentos do tempo presente?
            Pois bem, é aqui que as coisas se conectam. O embate entre àqueles que se posicionam contra o aborto e os que lhe são a favor, em última instância, é uma discussão à cerca da vida, de seu início e seu fim, de quem tem o direito de retirá-la de alguém e por aí vai. Não, este post não tem intenção de por um ponto final a esse embate (muito embora esse humilde autor o faria se lhe fosse exequível), no entanto espero, numa tarefa bem mais singela, lançar luz na obscuridade de alguns argumentos, apresentados por defensores do infanticídio de milhões de inocentes mundo a fora. Também não sou filósofo, mas tenho a convicção de que a melhor maneira de refletir e tomar partido pela vida de outros é olhando para a sua própria vida.
            Certo dia em um corredor universitário fui incitado por uma pessoa a emitir minha opinião sobre a temática do aborto. Muito antes que eu terminasse de pronunciar meu grito de independência e dizer que era contra, fui sabatinado pelo seguinte questionamento:

- “como você pode dizer isso Seu machista misógino! Os homens engravidam as mulheres e somem. Imagina o caso em que uma mulher da periferia, sem estudo, sem um companheiro, talvez já carregando vícios, sem o apoio da família e tendo uma gravidez indesejada não é direito dela abortar para viver livre sua vida?

Eu respondi:
- Não!
Ela retrucou:
Como assim qual o motivo dessa sua postura?
Eu lhe disse:
- Pela sua lógica eu deveria ter sido morto!

A pessoa não quis continuar a conversa e ouvir um pouco de minha trajetória de vida, mas você, amigo leitor, já que me acompanhou até aqui convido-te a ir um pouco além nessa história...

Bem minha amada e querida mãe se encaixa justamente no perfil mencionado acima, sem estudo, dinheiro, companheiro, viciada no álcool e sem compreensão da família a respeito de minha gestação. Tudo na vida dessa jovem concorria para que ela cometesse o aborto, até mesmo o conselho de pretensos “amigos”. Que opção teria ela além de abortar?
Em um primeiro momento ela não viu outra opção a não ser o aborto e tentou fazê-lo tomando uma variedade de chás abortivos. Obviamente não deu certo, mas acreditem... mesmo depois de nascido mamãe buscou outra alternativa para me assassinar: tomou uma overdose de remédios com cachaça e abriu o gás em casa para que morrêssemos juntos, novamente não deu certo. Então mamãe percebeu que o assassinato (pelo aborto ou não) nunca foi uma opção, ali no chão prostrada e comigo no colo elevou uma prece a Virgem Maria (outra mulher que pela lógica empregada deveria ter abortado) me consagrando a ela!
Passamos por muitos perrengues, custou para meu amado pai me aceitar como seu filho, em alguns momentos nos faltou comida, dinheiro e remédios, mas as vitórias alcançadas não têm preço, poderia mencionar algumas, no entanto aquela que nos é mais cara não é nada mais nada menos que a VIDA.
Nada pode se comparar a vida, por isso cuidado, pois a forma de fazer com que o assassinato seja aceitável é dizer que em um feto não existe vida. Vejam é a velha batalha entre a boa e a má filosofia. Termino aqui a primeira parte desse texto, mas em breve publicarei na integra a carta escrita por minha mãe, contando sua visão sobre o assunto.

Paz na Terra aos homens de boa vontade! 

Danilo Mangaba de Camargo
Ministério de Música Luz Divina
Fraternidade Coração Missionário de Maria

                                                                                     




[1] CARTA ENCÍCLICA SPE SALVI DO SUMO PONTÍFICE BENTO XVI

segunda-feira, 5 de setembro de 2016


A diferença entre a Bíblia 

católica e protestante.




Por que a Bíblia católica é diferente da protestante?



Esta tem apenas 66 livros porque Lutero e principalmente os seus seguidores, rejeitaram os livros de Tobias, Judite, Sabedoria, Baruc, Eclesiástico (ou Sirácida), 1 e 2 Macabeus, além de Ester 10,4-16; Daniel 3,24-20; 13-14. A razão disso vem de longe. No ano 100 da era cristã, os rabinos judeus se reuniram no Sínodo de Jâmnia (ou Jabnes), no sul da Palestina, a fim de definir a Bíblia Judaica. Isto porque nesta época começavam a surgir o Novo Testamento com os Evangelhos e as cartas dos apóstolos, que os judeus não aceitaram. Nesse Sínodo, os rabinos definiram como critérios para aceitar que um livro fizesse parte da Bíblia, o seguinte:
1 – Deveria ter sido escrito na Terra Santa;
2 – Escrito somente em hebraico, nem aramaico e nem grego;
3 – Escrito antes de Esdras (455-428 a.C.);
4 – Sem contradição com a Torá ou lei de Moisés.
Esses critérios eram puramente nacionalistas, mais do que religiosos, fruto do retorno do exílio da Babilônia em 537aC. Por esses critérios não foram aceitos na Bíblia judaica da Palestina os livros que hoje não constam na Bíblia protestante, citados anteriormente. Mas a Igreja católica, desde os apóstolos, usou a Bíblia completa. Em Alexandria no Egito, cerca de 200 anos antes de Cristo, já havia uma influente colônia de judeus, vivendo em terra estrangeira e falando o grego. O rei do Egito, Ptolomeu, queria ter todos os livros conhecidos na famosa biblioteca de Alexandria; então mandou buscar 70 sábios judeus, rabinos, para traduzirem os Livros Sagrados hebraicos para o grego, entre os anos 250 e 100 a.C, antes do Sínodo de Jâmnia (100 d.C). Surgiu, assim, a versão grega chamada Alexandrina ou dos Setenta, que a Igreja Católica sempre seguiu.
Essa versão dos Setenta, incluiu os livros que os judeus de Jâmnia, por critérios nacionalistas, rejeitaram. Havia, dessa forma, no início do Cristianismo, duas Bíblias judaicas: a da Palestina (restrita) e a Alexandrina (completa – Versão dos LXX). Os Apóstolos e Evangelistas optaram pela Bíblia completa dos Setenta (Alexandrina), considerando inspirados (canônicos) os livros rejeitados em Jâmnia.
Ao escreverem o Novo Testamento, utilizaram o Antigo Testamento, na forma da tradução grega de Alexandria, mesmo quando esta era diferente do texto hebraico. O texto grego “dos Setenta” tornou-se comum entre os cristãos; e portanto, o cânon completo, incluindo os sete livros e os fragmentos de Ester e Daniel, passaram para o uso dos cristãos. Das 350 citações do Antigo Testamento que há no Novo, 300 são tiradas da versão dos Setenta, o que mostra o uso da Bíblia completa pelos apóstolos.
Verificamos também que nos livros do Novo Testamento há citações dos livros que os judeus nacionalistas da Palestina rejeitaram. Por exemplo: Rom 1,12-32 se refere a Sb 13,1-9; Rom 13,1 a Sb 6,3; Mt 27,43 a Sb 2, 13.18; Tg 1,19 a Eclo 5,11; Mt 11,29s a Eclo 51,23-30; Hb 11,34 a 2 Mac 6,18; 7,42; Ap 8,2 a Tb 12,15. Nos séculos II a IV, houve dúvidas na Igreja sobre os sete livros por causa da dificuldade do diálogo com os judeus. Mas a Igreja, ficou com a Bíblia completa da versão dos Setenta, incluindo os sete livros.
Após a Reforma Protestante, Lutero e seus seguidores rejeitaram os sete livros já citados. É importante saber também que muitos outros livros, que todos os cristãos têm como canônicos, não são citados nem mesmo implicitamente no Novo Testamento. Por exemplo: Eclesiastes, Ester, Cântico dos Cânticos, Esdras, Neemias, Abdias, Naum, Rute. Outro fato importantíssimo é que nos mais antigos escritos dos papas da Igreja (patrística) os livros rejeitados pelos protestantes (deutero-canônicos) são citados como Sagrada Escritura.

Será que a Igreja se enganou?

Assim, São Clemente de Roma, o quarto papa da Igreja, no ano de 95 escreveu a Carta aos Coríntios, citando Judite, Sabedoria, fragmentos de Daniel, Tobias e Eclesiástico; livros rejeitados pelos protestantes. Ora, será que o papa S. Clemente se enganou e com ele a Igreja? É claro que não. Da mesma forma, o conhecido Pastor de Hermas, no ano 140, faz amplo uso de Eclesiástico e de Macabeus II; Santo Hipólito (†234), comenta o livro de Daniel com os fragmentos deuterocanônicos rejeitados pelos protestantes e cita como Sagrada Escritura: Sabedoria, Baruc, Tobias, 1 e 2 Macabeus.
Fica assim, muito claro, que a Sagrada Tradição da Igreja e o Sagrado Magistério sempre confirmaram os livros deuterocanônicos como inspirados pelo Espírito Santo. Vários Concílios confirmaram isto: os Concílios regionais de Hipona (ano 393); Cartago II (397), Cartago IV (419), Trulos (692). Principalmente os Concílios ecumênicos de Florença (1442), Trento (1546) e Vaticano I (1870) confirmaram a escolha.
No século XVI, Martinho Lutero (1483-1546) para contestar a Igreja, e para facilitar a defesa das suas teses, adotou o cânon da Palestina e deixou de lado os sete livros conhecidos, com os fragmentos de Esdras e Daniel. Lutero, quando estava preso em Wittenberg, ao traduzir a Bíblia do latim para o alemão, traduziu também os sete livros (deuterocanônicos) na sua edição de 1534, e as Sociedades Bíblicas protestantes, até o século XIX incluíam os sete livros nas edições da Bíblia.
Neste fato fundamental para a vida da Igreja (a Bíblia completa) vemos a importância da Tradição da Igreja, que nos legou a Bíblia como a temos hoje. Disse o último Concílio: “Pela Tradição torna-se conhecido à Igreja o Cânon completo dos livros sagrados e as próprias Sagradas Escrituras são nelas cada vez mais profundamente compreendidas e se fazem sem cessar, atuantes.” (DV,8).
Se negarmos o valor indispensável da Igreja Católica e de sua Sagrada Tradição, negaremos a autenticidade da própria Bíblia. Note que os seguidores de Lutero não acrescentaram nenhum livro na Bíblia, o que mostra que aceitaram o discernimento da Igreja Católica desde o primeiro século ao definir o índice da Bíblia. É interessante notar que o papa São Dâmaso (366-384), no século IV, pediu a S.Jerônimo que fizesse uma revisão das muitas traduções latinas que havia da Bíblia, o que gerava certas confusões entre os cristãos.
São Jerônimo revisou o texto grego do Novo Testamento e traduziu do hebraico o Antigo Testamento, dando origem ao texto latino chamado de Vulgata, usado até hoje.

Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola.
www.coracaomissionario.com.br

quinta-feira, 1 de setembro de 2016



Fazer devotamente o sinal da cruz com água benta traz incontáveis benefícios para o corpo e para a alma: afugenta os demônios, obtém o perdão dos pecados veniais, pode livrar-nos de acidentes e até curar doenças.
Inúmeros católicos, mesmo dos mais instruídos, não sabem para que serve a água benta. É pena! Por isso, não se beneficiam desse precioso instrumento instituído pela Igreja para ajudá-los em praticamente todas as circunstâncias e dificuldades da vida!
Para que serve?
Há várias formas de usá-la. A mais comum é persignar-se com ela. Outra é aspergi-la sobre si mesmo, sobre outras pessoas, lugares ou objetos. Qualquer leigo ou leiga pode fazer isto. Naturalmente, quando feito por um sacerdote tem mais peso.
Seu efeito mais importante é afastar o demônio. Este "ronda em torno de nós como o leão que ruge", procurando fazer- nos toda espécie de mal, como nos adverte São Pedro (I Ped 5,8). Os espíritos malignos, cujas misteriosas e sinistras operações afetam às vezes até as atividades físicas do homem, querem, antes de tudo, induzir-nos ao pecado grave, que conduz ao inferno. Para isto empregam todos os recursos. Às vezes, por exemplo, provocam em nós um sem número de incômodos físicos ou psicológicos.
Outras vezes provocam pequenos incidentes, em nosso dia-a-dia, criam atrapalhações que parecem ter causas meramente naturais.
Por exemplo, na hora de cumprir um dever, a pessoa sente um inexplicável mal-estar, um inesperado desânimo, uma estranha dor de cabeça... Em certas oportunidades, sem qualquer motivo, o marido fica repentinamente irritado contra a esposa, ou vice-versa, daí surge uma discussão e se quebra a paz do lar. Ou, então, o pai ou a mãe deixa-se levar por um movimento de impaciência e repreende duramente o filho, em vez de admoestá-lo com doçura. O filho se revolta, sai de casa. Está criado um problema! Tudo isso pode ser evitado afugentando o demônio com um simples sinal da cruz, feito com água benta. Quando você sentir uma irritação estranha, faça essa experiência, e preste atenção no efeito salutar que produz! Logo lhe voltará a serenidade.
Além do mais, a água benta é um sacramental que nos alcança o perdão dos pecados veniais, pode livrar-nos de acidentes (trânsito, assaltos, quedas), e ajuda até a curar doenças. O conhecido livro "Tesouro de Exemplos" conta que uma criança gravemente enferma ficou imediatamente curada ao receber a bênção de São João Crisóstomo com água benta.
A água benta, como todo sacramental, leva-nos a invocar, nas diversas circunstâncias do dia, o socorro do Divino Espírito Santo, para o bem de nossa alma e de nosso corpo.
Outro benefício muito interessante e pouco conhecido: ela pode ser usada eficazmente em proveito de pessoas que se acham distantes de nós. E mais, cada vez que a utilizamos para fazer o sinal da cruz, na intenção das almas do purgatório, elas são aliviadas dos seus sofrimentos.
De onde vem esse poder maravilhoso?
Vem do fato de ser ela um sacramental instituído pela Santa Igreja Católica. O sacerdote benze a água, enquanto ministro de Deus, em nome da Igreja e na qualidade de representante dela, cujas orações nosso Divino Salvador sempre atende com benevolência.
É importante lembrar que para ser verdadeiramente água benta, ela precisa ser benzida pelo sacerdote segundo o cerimonial prescrito pela Igreja, no "Ritual de Bênçãos" e no próprio "Missal Romano".
São belas e altamente significativas as orações para a bênção da água. Por exemplo, esta: Senhor Deus todo-poderoso, fonte e origem de toda a vida, abençoai esta água que vamos usar confiantes para implorar o perdão dos nossos pecados e alcançar a proteção da vossa graça contra toda doença e cilada do inimigo.
Concedei, ó Deus, que, por vossa misericórdia, jorrem sempre para nós as águas da salvação para que possamos nos aproximar de Vós com o coração puro e evitar todo perigo do corpo e da alma. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.
Portanto, não se esqueça!
É muito conveniente ter sempre consigo água benta para usar em qualquer circunstância. Por exemplo, benzer-se com ela ao sair e ao entrar na igreja, em casa ou no local de trabalho; ao iniciar uma oração, um serviço, uma viagem. Para afastar do lar a influência maléfica dos demônios, é muito aconselhável aspergir na casa algumas gotas de vez em quando. Isto pode ser feito por qualquer pessoa da família. É claro que pedir a um Padre para benzer a casa é muito melhor! Portanto, a água benta é sempre benfazeja e eficaz.